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Texto do Wall-E para português. Este não é o texto final. O que foi entregue à professora estava muito maior(e mais giro). Mas este era o único que eu tinha no computador, por isso aqui vai:
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O homem encontrava-se agora no fundo do desfiladeiro que fora em tempos o leito do rio Hudson. Há duas semanas que viajava, a partir da região de Ottawa, no Canadá, e se dirigia para sul. A parte mais difícil do caminho já tinha sido superada, a passagem pelas montanhas Adirondack, uma parte da cordilheira dos Apalaches. Durante esses dias caminhara quase ininterruptamente, acampando para dormir nos vales entre as montanhas ou, ocasionalmente, em algum planalto. A paisagem que o havia rodeado durante a sua jornada não era nada comparada com a que existe actualmente na mesma região, pois após a desgraça mundial o planeta tornara-se num mundo morto. No céu desta Terra, de tom avermelhado, o pequeno Sol iluminava as cinzentas montanhas agrestes, despidas de qualquer vegetação, e trilhos por onde muitos anos antes já passara vida. O homem sabia os nomes das montanhas, como Blue Mountain (Montanha Azul) ou Cedar Mountain (Montanha dos Cedros), aprendera em pequeno através de livros deixados pelos seus antepassados, mas também sabia que são nomes que não se adequam mais à sua realidade. Quanto à vida animal, os poucos que haviam sobrevivido eram, na grande maioria, insectos e ratazanas, que eram a principal fonte de alimento das últimas tribos. Mas existiam também outros seres, seres que os humanos tentavam evitar a todo o custo, pois qualquer encontro com eles iria ser desagradável. Ele sabia-o melhor que ninguém.
O sol estava a nascer e o homem começou a recolher o acampamento. Só podia seguir numa direcção, a mesma que as águas do rio tinham seguido um dia, pois estas tinham-se tornado ácidas devido à poluição e cavado o seu percurso fundo na terra. Ao inspeccionar as margens ele teve a certeza: Altas e lisas, mas desfazem-se em pó alaranjado ao aplicar força. Elas eram impossíveis de trepar. No entanto o desfiladeiro estava a alargar, o que significava que faltava pouco para chegar à foz, e por isso colocou a sua mochila às costas e pôs-se a caminho.
A sombra do homem diminuía e voltava a aumentar à medida que avançava por entre o labirinto de paredes vermelhas, a cor que, para além do cinzento, predominava neste mundo. Apesar do seu corpo saudável e musculado, resultado do treino intensivo dado pela comunidade a todos os jovens para que sobrevivessem no seu mundo sombrio, o cansaço começava a apoderar-se dele. Era já à duas semanas que começara a sua viagem em busca de seres humanos e desde então as poucas pausas que fizera foram apenas para se alimentar e dormir. Mesmo assim ele andava decidido e solitário, acompanhado apenas pelo som do vento e dos seus passos, como um homem que fará tudo por um objectivo. O seu corpo brilhava e gotas de suor eram visíveis na sua testa quando chegou à foz. O sol encontrava-se agora a descer do seu zénite, o que significava pouco tempo para o homem até ao anoitecer. As paredes diminuíam na embocadura do rio por isso o homem, com um movimento ágil, subiu uma delas e examinou a zona à sua volta. O panorama era desolador. À sua direita um deserto de areias vermelhas alaranjadas estendia-se até perder de vista e à esquerda, após uns metros de deserto, montes cinzentos cobertos de areia e poeira tapavam o horizonte. Estava a dirigir-se para sul, e o sol iria desaparecer a oeste, por isso rapidamente corrigiu a sua rota. Iria pela esquerda.
Foi ao entardecer que chegou perto das colinas. O pobre humano, coberto de poeira, estava já exausto quando os últimos raios de sol iluminavam ainda o céu. E a intensa caminhada, para tentar encontrar uma nova tribo de humanos que tivessem ficado para trás, parecia não ter fim. Começou então a subir a colina, lutando contra o seu corpo que gritava para descansar. Ele queria subir a colina, tinha aprendido a nunca desistir e estava decidido: depois daquela tragédia não poderia permanecer quieto. Chegou finalmente ao topo do monte, apoiando as mãos nos joelhos para recuperar o fôlego. Assim que levantou os olhos viu aquele cenário. Parecia uma pintura saída de um dos livros que herdara da avó e cujas histórias ela lhe contara para adormecer. Estruturas gigantescas e construções de metal e vidro pareciam tocar o céu. O homem, até agora boquiaberto, esboçou um sorriso e, esquecendo até o cansaço, começou a correr em direcção à cidade. Tentou lembrar-se dos nomes: Como se chamavam mesmo?... Sim, arranha-céus! Eram casas! A avó dissera-lhe que na antiguidade as pessoas viviam em comunidade em lugares como este. Era de um local destes que o homem andava à procura, podia ser que ainda vivesse aqui gente! Abrandou ao chegar perto dos edifícios, e começou a investigar o seu interior, na expectativa de encontrar alguém. A sua esperança começou porém a desvanecer após uns minutos, todas as construções se encontravam destruídas e corroídas pelo tempo.
O desespero tomou conta do humano, que deambulava pela cidade murmurando coisas incompreensíveis. O que iria ser dele agora? - pensava – Para onde se dirigiria? Existiriam ainda humanos vivos?
E foi então que ele ouviu a música. Primeiro quase como um sussurro, trazido pela brisa. Animado pelo que ele pensava ser uma prova da existência de humanos naquele sítio, foi buscar a sua última reserva de energias e correu em direcção ao som. À medida que se acercava da origem da melodia, ela própria se intensificava e a esperança do homem aumentava também. Corria por montes de entulho e escombros, «monstros» de metal, objectos de todos os tipos e lixo comprimido em formas rectangulares, magoando os pés. Mas não importava, desde que não parasse. Quando já conseguia ouvia tão nitidamente que poderia identificar a canção, se a conhecesse, ela parou. O homem olhou em volta tentando identificar o que estava a produzir o som mas em vão. Frustrado chutou uma placa que se encontrava no chão.
- METROPOLITANO? - murmurou, observando os caracteres escritos na placa metálica, agora a uns metros.
Lembrava-se bem onde tinha visto uma placa igual. Fora o que usara para marcar a gruta a que levaria a família . A família que vira morta à sua frente. Tinha conseguido reter todas as memórias mas qualquer coisa que o fizesse lembrar levaria ao desespero. Aproximou-se da chapa e, agachando-se perto dela para a apanhar... Ouviu um ranger arrepiante, enquanto um braço mecânico enquanto fechava os dedos à volta da folha de metal.
Perplexo levantou a cabeça, muito lentamente, para ver uns olhos enormes a encararem-no de frente. Um arrepio percorreu a espinha do homem e os seus instintos falaram por si:
- Ahhhh! - gritou, caindo para trás na sua tentativa de fugir da criatura. Assustado, escondeu-se atrás de uma grande peça de metal enferrujado. O pequeno ser mecânico, fugiu de braços no ar , gritando enquanto ziguezagueava. Quando parou começou a escavar, na fracassada tentativa de se cobrir. Como não o conseguiu, encolheu os membros e parte cabeça para dentro do seu torso que se fechou, deixando apenas uma fresta por onde espreitava. Ficaram os dois imóveis, esperando o outro reagir.
Uma pequena criatura saltitante aproximou-se. Olhou para o trémulo robô, e este direccionou os seus olhos para o local onde o homem estava escondido. A barata, com um ar desapontado, correu para perto do local que o robô havia indicado.
O homem, dirigiu o seu olhar para a pequena barata, e os seus olhos brilharam. Há dias que não comia, estava faminto, e o seu instinto falou mais alto. Começou a perseguir o pobre insecto, que se esquivava o mais rapidamente possível. Ao ver o seu animal de estimação em perigo, o ente metálico foi ao seu auxílio, barrando o caminho ao humano. Tentando comunicar, esticou o braço e gesticulou, apontando para a barata.
- N...Não? - perguntou o homem. As suas palavras saíram hesitantes.
Os olhos brilhantes do pequeno robô olharam para dentro dos dele. Este afastou-se desconfiadamente, enquanto olhava de soslaio para a barata. O ser mecânico, continuando a tentar interagir, reproduzia sons metálicos e agudos, deixando o homem ainda mais agitado.
- Amieeeiiiii...gouuoooo....? Amiii..gooo! - disse, e depois, apontando para si – Waaaaalliiiieeeeeee!